A II Semana Acadêmica de Geografia da Universidade do Estado do Pará parte do pressuposto de que é importante estimular os debates científico-pedagógicos que busquem nos movimentos sociais uma possibilidade de reflexão acerca das lutas por justiças socioterritorias na região amazônica. Desse modo, pretende-se reunir um conjunto de trabalhos acadêmicos que versem por estas discussões, sobretudo, considerando as diversidades que envolvem a sociedade e o território.

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A crise ecológica global anunciada em 1992 na cidade do Rio de Janeiro (Eco-92) traz uma tragédia anunciada que envolve a relação sociedade e natureza, tanto discutida pela Geografia, e por isso, torna-se um tema tão pertinente para ser contextualizado na perspectiva de enfrentamento das formas indiscriminadas de ação dos sujeitos sobre os recursos naturais.

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Nos últimos anos, a Amazônia vem se apresentando enquanto um palco de conflitos que estão relacionados ao modelo de desenvolvimento regional pensado de fora para dentro e desrespeitou as singularidades sociais, econômicas e culturais de suas populações tradicionais que estão hoje no cerne de toda tensão na qual vive a região.

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Essa tensão constante que se materializa em formas de conflitos pelo uso do território, assim como, as diferentes visões sobre a dinâmica econômica da região traz também um durável “estado de exceção” no qual faz parte de um contexto permanente de precarização da governança do Estado sobre a Amazônia.

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Acredita-se que a partir do empoderamento dos movimentos de base encontre-se um meio de se construir possibilidades para se pensar a autonomia e a endogenia enquanto modelos alternativos de auto-sustentação das populações tradicionais contribuindo para uma Amazônia sustentável e acima de tudo, uma Amazônia para os amazonidas. Para tanto, diversos temas serão abordados com o intuito de reforçar reflexões críticas e construtivas sobre o modelo de desenvolvimento direcionado para a Região.

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Os temas que serão discutidos envolvem; territórios e conflitos, populações tradicionais e uso do território, geografia dos movimentos sociais, diversidades culturais, relação campo e cidade, dinâmica urbana, questão agrária, meio ambiente e ensino, todos com ênfase na Amazônia brasileira e como forma de se estabelecer um diálogo profícuo de questões tão pertinentes para se pensar uma Geografia do Movimento para reforçar as estratégias de resistências dos povos da floresta atingidos por ações hegemônicas do capital e que resultaram em uma série de impactos como: desmatamento, queimadas, contaminação dos rios e lençóis freáticos, perda da biodiversidade, desterritorialização de índios, quilombolas e seringueiros, e por fim, conflitos fundiários.

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A II SEAGEO-UEPA com o tema: Sociedades, Territórios e Movimentos Sociais na Amazônia convida para se juntar ao debate as Universidade e Faculdades amazonidas que devem ser protagonistas na ação-reflexão dos indivíduos como ferramenta de transformação da realidade. Portanto, procuramos construir em conjunto uma plataforma de debates políticos, econômicos, sociológicos, antropológicos, culturais, históricos, pedagógicos e principalmente geográficos a fim de garantir a problematização de uma teoria do espaço amazônico.